A Hora do Pesadelo

segunda-feira, 10 de maio de 2010

a-nightmare-on-elm-street

E finalmente chegou aos cinemas o filme mais esperado do ano. Pelo menos por mim. E antes que vocês questionem, meus caríssimos e fiéis leitores, eu tomo a liberdade de informar-lhes de que diferentemente das matérias usuais aqui no blog, onde eu costumo adotar um esquema mais dissertativo e menos pessoal, dessa vez será inevitável uma outra forma de expressão que escape de ser chata e cheia de pronomes.

Desde os primeiros boatos vocês puderam acompanhar aqui no Ninho da Mente diversas novidades a respeito do remake de um dos clássicos mais adorados pela geração 80/90, seja pela divulgação dos trailers, pelas action figures, ou mesmo as imagens alteradas nos mais diversos editores de fotografias que prenunciavam como seria o visual de um dos maiores ícones do cinema fantástico na pele de outro intérprete.

Por mais que a maioria estivesse descendo a madeira com vontade na produção, eu publicamente me mostrei bastante empolgado com todos os detalhes. O visual estava bem bacana, o primeiro trailer era fantástico, as frases de efeito excelentes, as matérias nos sites gringos eram promissoras e a ideia de trazer o personagem Freddy Krueger de volta às origens parecia estar no rumo certo.

Pois bem, infelizmente algo deu errado.

Eu não sei mais o que é real

Essa é uma frases ditas por um dos personagens durante o longa que personifica muito bem o rumo que o remake tomou. Muito do tempo da duração do filme se passa no mundo dos pesadelos, mas ao contrário do original de 1984 isto não é uma vantagem. Se antes ficávamos surpresos ao descobrir quais cenas aconteciam enquanto os protagonistas estavam dormindo ou acordados, aqui o roteiro se prontifica a avisar quando isso acontece.

A impressão que dá é que tentaram fazer uma homenagem ao material original sem jamais querer deixar de lado as manias do cinema atual. E tome cortes bruscos e sustos fáceis a cada cinco minutos. Pois é, não é exagero. Visto que tanta história é apresentada sob a ótica de Morfeu, é inevitável que o personagem Freddy Krueger se torne uma figura superexposta, contrariando até o mistério que rolava durante a divulgação do filme.

E esse não é o maior problema, há ainda um outro pior que é o conjunto de boas ideias mal aproveitadas. Existe uma explicação diferente quanto as motivações do assassino, outra a respeito do por quê de ele ter escolhido as suas vítimas, mais uma sobre as circunstâncias sob as quais foi tomada a drástica atitude dos pais da rua Elm, e todas elas acabam tornando-se aquém do que se esperaria.

A maior vítima acaba sendo o novo Freddy. Não que o Jackie Earle Haley tenha se saído mal, muito pelo contrário, foi o próprio roteiro que se encarregou de minimizar o ótimo trabalho feito pelo ator. Afinal, as cenas envolvendo os diálogos maliciosos e sádicos entre ele e o resto do elenco são o que se tem de melhor no longa, porém os problemas citados infelizmente impedem que este Freddy Krueger se torne um novo ícone para uma geração.

Eu não tenho nada contra a intenção de aproximar a história do público atual, mas gostaria que ao menos o fizessem com mais propriedade. Claro que o original não era uma obra prima dos enredos cinematográficos, mas ainda assim possuía uma alma, uma certa coerência bizarra. Essa nova tentativa de atingir a realidade ao extremo mostrou-se equivocada. Os adeptos ferrenhos de Jogos Mortais e companhia se sentirão satisfeitos.

Em resumo, é um filme ruim? Não, não é. A trilha sonora é muito boa, manda bem o clima de paranóia que paira no ar, algumas das interpretações são bem bacanas, a introdução – principalmente pela trilha clássica na tela-título - e o clímax também são bons. Só é uma pena que os roteiristas Wesley Strick e e Eric Heisserer não puderam ter criado, ou levado até os finalmentes, resoluções melhores para o seu texto.

E para breve eu prometo um novo artigo mais spoilerento aqui no Ninho da Mente comparando o novo com o clássico. 

3 comentários :

Ander disse...

Também não tive impressões totalmente positivas ao assistir. Espero ansiosamente a sua comparação do filme clássico com o novo!

Amanda disse...

Fiquei realmente chateada com isso. Ainda vou assistir, talvez só pra saber do que estou falando, ou pra só dizer: "é, realmente". Eu esperava um bom filme, mas, apesar dos ótimos trailers e imagens, a verdade é que não é lá muita surpresa o filme decepcionar.
Percebeu o quanto é raro assistir um bom filme de terror moderno? Ultimamente se confunde muito medo com susto, mistério com confusão, fazer sentido com superexpor figuras da trama... Um clássico acaba se tornando mais uma historinha pra fazer os espectadores pularem das poltronas, e não encherem os olhos e mentes com uma trama bem pensada e apresentada.
É, triste, triste.

Evandro Sal disse...

Boa resenha, e bons comentarios...
Amanda, você disse tudo, realmente hoje em dia o cinema terror pretender apenas assustar, e causar terror com cenas chocantes e ultra violentas,,deixando nos com um vazio procurando o restante da história....
espero todos vocês no SextaCAst, sexta meia noite!!!

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