Google, YouTube e uma tremenda falta de semancol

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Youtube

Se um dia eu precisar fazer uma lista sobre as melhores funcionalidades que vi surgir ao longo desses quase quinze anos como internauta, sem dúvida o YouTube irá figurar no Top 3. A ferramenta foi criada para facilitar o envio de vídeos pessoais na web e acabou se tornando um fenômeno de público, fazendo muita gente desistir da ideia de ver televisão do modo convencional e parindo inúmeras celebridades virtuais da noite para o dia. Bem me lembro do primeiro contato que tive com o negócio, quando peguei para assistir a um vídeo qualquer e ao cair na real já havia perdido um domingo inteiro na frente do computador entre um clique e outro. Era tudo tão funcional e intuitivo que foi impossível parar. E a coisa melhorou ainda mais depois que o YouTube foi adquirido pelo Google, que gradativamente adicionou novas opções ao site.

Uma das mais legais foi a possibilidade de montar playlists e poder compartilhá-las com quem estivesse disposto a assistir. Ver um vídeo de cada vez já era viciante, imagina então agrupar vários deles e colocá-los para rodar? Ou achar algumas seleções já feitas por outros usuários? Era quase perfeito, exceto por um pequeno detalhe: os vídeos não funcionavam em tela cheia quando tocados na sequência. Tudo bem, bastava usar a imaginação para tentar contornar o problema. A solução ia de pequenos scripts complementares ao bom e velho zoom do navegador. Não era o ideal, mas quebrou um galho até o surgimento do plugin Adobe Flash player 10, quando as playlists passaram a rodar tranquilamente em qualquer tamanho. Pronto, agora não faltava mais nada. Era só escolher e assistir. Acontece que há pouco mais de um mês o Google resolveu dar uma inovada nesse aspecto. O resultado foi aquela maldita nova barra de navegação em playlists do YouTube. Essa abominação inominável, esse amontoado de matéria fecal que não me tira da cabeça a ideia de querer saber o que diabos os desenvolvedores estavam pensando quando decidiram apresentar tamanha afronta aos usuários da internet.

bar

Para quem não tem o costume de ver vídeos em playlists, deixe-me apresentar os detalhes da tragédia. A nova barra fica na parte inferior, logo abaixo da tela do YouTube. Nela vão se acumulando lado a lado os itens que estão para serem apresentados. Quando o espaço acaba, você pode utilizar uma das duas setas a esquerda ou à direita para navegar entre os outros vídeos. Seria até interessante se ao menos funcionasse direito. A barra era sensível ao cursor do mouse, porém insistia em aparecer e desaparecer ao seu bel prazer. Hoje ela é clicável, mas dependendo do navegador que você utiliza e da resolução do seu monitor, a bendita se posiciona por sobre os controles do player, o que às vezes te obriga a fazer um tremendo malabarismo apenas para dar um pause. Ver o nome dos vídeos na barra é uma tarefa das mais ingratas, já que ela é um tanto transparente e conforme o tamanho da lista, os nomes não aparecem nem com reza brava. Fora que tentar abrir uma playlist extensa faz a porcaria do gadget ficar inavegável. Não vai para nenhum canto, não fecha ou mostra qualquer informação. O internauta se sente no papel do famoso “cego no tiroteio”.

Se não bastasse tudo isso, acabou sobrando também para o sistema de buscas. Digamos que você procure por uma playlist sobre peixes. Ao aparecerem os resultados, creio que você achará bastante conveniente descobrir quais são os vídeos que fazem parte da sua lista. Pois bem, no sistema antigo tais informações eram bem visíveis e fáceis de serem assimiladas. Na nova tela, eles inventaram um botão enorme com a inscrição “Lista de Reprodução” que simplesmente não funciona. Você aciona e ele não faz nada. E se você clica na imagem do vídeo, ele começa a ser reproduzido no ato. Suponha que sua playlist contenha muitos vídeos. Agora adicione aquele pequeno obstáculo envolvendo a barra parando de funcionar. Sentiu o drama? Você não apenas fica sem ter a mínima ideia quanto ao que te espera nesta lista, como também nunca irá saber se o vídeo que você está vendo no momento se encontra no começo, meio ou no fim da mesma. E para coroar a desgraça, o Google colocou essa porcaria no ar e nós somos obrigados a usar, não há a opção de escolha. A barra não é customizável e não pode ser removida. Somos cobaias e ponto final.

Is_Google_making_us_Stupid

Existem alguns esquemas alternativos para desabilitar a nova barra que mesmo assim ainda deixam um gosto amargo na boca. Você que é usuário do Firefox pode tentar clicar aqui para abrir um vídeo em inglês falando a respeito de um script do Greasemonkey que diz remover a barrinha, apesar de eu não ter testado.Você também pode utilizar o YouTube Feather Beta, uma espécie de YouTube para conexões mais lentas, que remove várias características da página na tentativa de torná-la mais rápida. A grande desvantagem é que o recurso não permite que as playlists sejam vistas em sequência, o que não adianta muita coisa. Saiba mais sobre o YouTube Feather Beta nesta matéria do site Baixaki. Outra opção é visualizar a lista de reprodução direto no canal do criador, o que é muito inconveniente, pois a playlist não funciona em tela cheia e muita gente não disponibiliza a visualização direta delas no canal.

Enfim, este é um caso claro de uma tentativa falha em tentar melhorar algo que não precisava ser melhorado. Esperemos que o Google enfie um pouco de bom senso na cabeça dos engenheiros responsáveis e volte atrás com essa tralha. Se for por falta de reclamação, eles conseguirão encontrar um tsunami de queixas facilmente pela internet.

Basta apenas, veja você, procurar no Google!

5 comentários :

Anônimo disse...

Oii, tudo bem ! Bom eu ainda não tive o desprazer de interagir com estas novidades, mas do jeito que você colocou, estou até com medo hehehe
E estou passando também para agradecer seu comentário no meu blog e dizer que sou mulher e irmã de músico...sei exatamente como andam meio difíceis as coisas, tem que ralar meeesmo !!
Seja sempre bem vindo ! Abçs

- Amanda. disse...

Bem, eles realmente andam piorando muitas coisas a título de "Melhorias da Modernidade".
A começar pelo mais falado, orkut, e, ok, acho que não vai terminar no YouTube. Talvez a filhadaputagem tenha tomado o lugar do bom senso: se está ruim com eles, pior sem - e fica assim.

Edu Aurrai disse...

Amanda, pelo menos com o Orkut você ainda tem opções. Eu mesmo migrei de volta para a versão antiga, não pelas inovações da atual, mas pelo excesso de bugs. Já essa tralha não tem como tirar.

Um abraço.

Edu Aurrai disse...

Putz, por incrível que pareceça, melhoraram a barra hoje! Dá até pra ler os nomes agora! Será que o Google leu meu post? xD

Naylinha ;) disse...

Hahaha.. NDM mexendo com a cabeça do Google, realmente eles tem feito umas 'melhorias' desnecessárias =s

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