Boa noite caros amigos leitores do NDM. Cá estou novamente desenterrando o teclado das profundezas do ócio depois de um pequeno período de preguiça descanso. Acho que vou rebatizar o blog como “Ninho do Sono” para combinar. Enfim, brincadeiras à parte, este artigo foi escrito em caráter especial. Afinal, nesta semana nós teremos nada menos do que uma sexta-feira 13 de agosto. Para muitos este é um dia de mau agouro e precaução, para outros tantos é apenas um dia qualquer. Para os fãs dos slasher movies é sempre um motivo de lembranças e sentimento de saudosismo, já que a data associa-se automaticamente a um conhecido nome quando é pronunciada: Jason Voorhees, o assassino da máscara de hockey.
A série Sexta-Feira 13 – que conta com dez filmes, um crossover e um remake – foi criada em 1980 por Sean S. Cunningham na intenção de pegar carona no sucesso que o filme Halloween, de John Carpenter, havia feito dois anos antes. E se ela não é a responsável pela criação do gênero, com certeza teve uma participação inegável no desenvolvimento da maioria dos clichês que fazem parte da cartilha dos slashers. Foi em Sexta-Feira 13 que nós descobrimos que sexo é sinônimo de suicídio, que sempre existe um velho doido para avisar aos outros que eles irão morrer, que as pessoas que costumam sair sozinhas - dizendo que voltarão logo - não vão mais voltar e ninguém vai dar por falta delas, que as portas da frente das casas são péssimos locais para se fugir, que o ideal é correr para os quartos de cima, que os carros nunca darão partida quando se mais precisa e por aí vai.
Semana passada, a exemplo do que já havia feito com aquele artigo sobre o Freddy Krueger e a pederastia, eu decidi me inspirar a escrever algo para homenagear a franquia clássica. Sendo assim, resolvi ir atrás de todos os capítulos da cinessérie, desconsiderando apenas o crossover com o Freddy e o remake de 2009. Rever os filmes foi realmente uma experiência bastante divertida, claro que considerando o fator: “não leve as coisas tão a sério”. Como já dizia o grande Felipe M. Guerra no seu famoso Dossiê Sexta-Feira 13 lá do site Boca do Inferno, não existe personagem mais maltratado pelos diretores e roteiristas do que o coitado do Jason, pois mesmo que você assista aos filmes apenas com o espírito de divertir-se, não tem como deixar passar em branco algumas das ideias absurdas que certas pessoas tiveram durante os anos em que a franquia foi produzida. Vamos relembrar algumas delas no nosso TOP 6: Bobeirices de Sexta-Feira 13.
Número 6: Os finais inconclusivos
Em praticamente metade dos filmes, diga-se do primeiro ao quinto, a série Sexta-Feira 13 contou com finais “falsos”, dos quais você nunca sabia se podia levar a sério ou não. Temos o Jason criança deformada saltando do lago para agarrar a personagem Alice no filme original, temos o “Jason das cavernas” pulando pela janela para pegar a mocinha Ginny na parte dois, temos o Jason ensanguentado após levar uma machadada levantando-se para perseguir a personagem Chris da parte três, temos o garoto Tommy Jarvis fazendo uma expressão de malvado dando a entender que poderia tornar-se um novo Jason na parte quatro e, por fim, temos o mesmo Tommy Jarvis já adulto assumindo a personalidade de Jason no final da parte cinco.
Em todos esses casos o desfecho foi ignorado, algumas vezes até em seu próprio capítulo de origem. Nas partes um e três, ambas as protagonistas aparecem vivas e bem logo após terem sido puxadas para dentro do Crystal Lake. Está certo que no original a intenção era apenas pregar um susto final no público, mas será que havia mesmo a necessidade de re-utilizar o artifício em tantos filmes posteriores? Estariam os realizadores tentando criar uma espécie de “marca registrada” tendo em mente a ideia de que todos os filmes deveriam terminar com um susto sobrenatural inexistente? Caso positivo, eles conseguiram êxito por um lado e falharam miseravelmente em outro, visto que estes finais – que já eram confusos por si só – acabaram criando furos de roteiro gigantescos nas sequências. Mas isso é assunto para o próximo tópico.
Número 5: A falta de continuidade
Jason morreu ao se afogar no lago quando era criança ou sobreviveu passando a viver sozinho na floresta? Tommy Jarvis ficou maluco e se curou após deixar a clínica de tratamento ou nunca esteve internado? São essas e outras dúvidas que costumam deixar maluquinhas aquelas pessoas que tentam encontrar alguma lógica na cronologia da série Sexta-Feira 13. Muitos levam a história pelo aspecto de que o início de um novo capítulo cancela o final do anterior. Portando, para essas pessoas, Jason não se afogou, nunca se pareceu com um homem das cavernas e só pôde realmente ser dado como morto no final da parte quatro, tendo retornado como zumbi no capítulo seis da franquia. O problema é que mesmo levando-se em conta essa hipótese e ainda que ela pareça resolver alguma coisa, no fundo ela acaba criando ainda mais dúvidas sobre o que teria acontecido. Se o Jason morreu apenas em Sexta-Feira 13 parte 4, como explicar a tamanha resistência física do assassino? Como ele conseguiu aguentar tantas facadas, marteladas, machadadas, quedas e tudo mais? Difícil, não?
Número 4: O excesso de personagens inúteis
As vítimas de Jason na série Sexta-Feira 13 nunca foram lá grandes coisas. Porém, o tanto de gente em cena que não faria a mínima diferença para o andamento de vários dos filmes da franquia não está escrito no gibi. Tudo começou com aquele grupo de motoqueiros na parte três, que só prestou para arrumar uma briguinha, roubar gasolina e morrer. Na parte quatro havia aquela gordinha pedindo carona que não tinha uma linha de diálogo sequer, só apareceu comendo uma banana e tchau. Na parte cinco há os amigos que param na estrada com o carro quebrado e logo morrem também. Fora o mendigo que bate na porta de uma casa para pedir emprego e o casal que se prepara para sair e termina entrando na faca. Em vários dos outros filmes acontece a mesmíssima coisa. É divertido, mas chega uma hora que cansa.
Número 3: Jason visitando a cidade
Uma das coisas que eu nunca consegui entender foi a sequência inicial de Sexta-Feira 13 parte 2. Como é que um cara como o Jason - que sempre foi representado como uma máquina de matar doente e insensível – conseguiu ter a ideia de sair de lá dos cafundós do Judas, seguir para uma cidade com uma cabeça decapitada a tiracolo, localizar a residência da pessoa que havia matado a sua mãe, entrar na casa sem ser notado, colocar a dita cabeça da velha na geladeira, assassinar a guria sobrevivente do filme anterior, pegar a cabeça de volta e ainda retornar tranquilamente para o Crystal Lake? Por mais que já tenham bolado situações estranhas durante toda a série, isso simplesmente não faz sentido! E tem gente que ainda consegue reclamar do Jason caçador apresentado no remake de 2009...
Número 2: O Jason-Larva
Eu deveria ter uns onze anos de idade quando voltei todo faceiro da locadora para casa trazendo na sacola o VHS recém alugado do filme Jason Vai Para O Inferno: A Última Sexta-Feira. Também me lembro muito bem da sensação que me bateu quando finalmente terminei de assistir ao negócio pela primeira vez. Naquele exato momento, eu acabava de descobrir o significado do termo “senso crítico”. Essa porcaria de filme é tão horrível que eu simplesmente não consegui associá-lo à cronologia da série na época. Para falar a verdade, até hoje eu não consigo. E não é porque resolveram inventar uma família para o Jason ou por terem feito brotar uma cidade do nada em Cristal Lake. Não, é bem pior. Imagine um moleque de onze anos que é presenteado com um de seus personagens favoritos sendo simplesmente explodido com uma granada pela polícia nos primeiros dez minutos de um filme. Agora imagine esse mesmo garotinho, que após assistir ao icônico Jason ter sido feito em pedaços, ainda tem de engolir a G-E-N-I-A-L ideia de que o mascarado tem o poder de pular de corpo em corpo. Por fim, mentalizem em suas cabecinhas o que estaria sentindo esse pequeno pedaço de ser humano ao presenciar uma das cenas de troca de corpos, descobrindo que rebaixaram o senhor Voorhees de zumbi assassino sobrenatural para uma MERDA DE UMA LARVA! Deu para sentir o drama? Pois é, a defesa se cala.
Número 1: Sexta-Feira 13 parte 8: Jason Ataca em Nova York
Sabe, eu realmente acreditava que Jason Vai Para O Inferno: A Última Sexta-Feira tinha sido a pior coisa que já havia sido feita com o personagem Jason Voorhees. Mas tudo isso mudou ao reassistir depois de tanto tempo ao maldito Sexta-Feira 13 parte 8: Jason Ataca Em Nova York. Esse filme é tão ruim e entupido de idiotices, que sozinho encheria um TOP 10. Mesmo que o famigerado Jason-Larva tenha sido uma iniciativa para lá de estúpida, não se compara em nada com a absurda ideia de que o Cristal Lake tem ligação com o oceano Atlântico. Ou o filme se passar quase que inteiramente dentro de um navio. Ou de que o Jason consiga chegar nadando até Manhattan seguindo a um barquinho levado a remo que partiu do meio do mar em direção ao famoso distrito da cidade que nunca dorme. Detalhe, ele aporta segundos após os passageiros do barquinho. Essa parte 8 chega ao cúmulo de mostrar uma cena onde o Jason salva a protagonista que ele perseguia das garras de alguns bandidos que a tinham raptado.
Primeiro lugar com louvor.
Conclusão
Mesmo com todas essas bizarrices, não há dúvidas de que a série Sexta-Feira 13 é uma das mais adoradas pelos fãs do gênero horror. Eu mesmo acabei descobrindo que ainda me amarro na maioria dos filmes da série, até as partes cinco e sete que todos falam tão mal. A intenção aqui do NDM é ainda publicar mais algumas coisas nessa semana de sexta-feira 13 de agosto, isso se a preguiça não falar mais alto.
Então, espero vê-los numa próxima e um forte abraço.
Agradecimentos: IMDB, Boca do Inferno e também à Importadora do Falecido Ultra.
8 comentários :
"...também à Importadora do Falecido Ultra"
hauhauhauhauhuaa...essa só quem é leitor do MDM vai entender xD
Toda essa confusão é até normal em franquias com vários filmes. Uma que sofre dos mesmos problemas listados acima é a do Godzilla.
parabens!
concordo com cada palavra!
Fiquei meio aliviada ao ler este post. Eu achava que tinha um sério problema de percepção, associação, ou qualquer outra coisa necessária para entender absolutamente os filmes dessa franquia (mas ok, confesso que não assisti alguns deles) ahuehuehuae
AÉ! Quero assistir o Jason Larva HEAUHEUAH
Pô, eu curto a parte 8! É tosca e o Jason tem teleport mas é divertida :\ Esqueceu de lembrar dele rindo nesse filme enquanto enfia p maluco no tambor de lixo hahahaehiaueahuiae
esqueceu de mencionar que na parte 8 contém a ÚNICA fala do Jason em todos os filmes, na sequencia bastante ridícula que ele arrebenta no soco a cabeça do camarada.
Excelente topico.
Tenho algumas teorias sobre Jason ser um mero mortal até a parte 4 (não tendo morrido afogado e nem virado um artigo sobrenatural até então). Seria mais que teoria, é quase a defesa de uma tese, hehehe.
Quem ainda tiver orkut, pode ver no link abaixo:
http://www.orkut.com.br/Main?tab=m0#CommMsgs?cmm=250154&tid=5713801929870836206
Sobre o numero 3 (Jason visitando a cidade).
O Camp Crystal Lake (na vida real se chama Camp Nobebosco) fica localizado no distrito de Blairstown. A cidade fica a 6 milhas do camping. Alice comprou o Camping para reformar e ganhar um dinheiro, então provavelmente ela morava próxima do mesmo e o conhecia. Blairstown é vista no início da Parte 1.
É bastante possível que Alice morasse em Blairstown, mesmo após os incidentes no camping. Sendo assim, Jason caminhou 10kms até a cidade, com a cabeça de sua mãe. Um distancia longa para uma caminhada, mas para um obstinado, é fichinha.
O problema maior seria a volta. Na parte 2 é mencionado que o corpo de Alice nunca foi encontrado. Na verdade, Jason levou o corpo de Alice para o seu casebre. No final da parte 2 quando o pedestal com a cabeça de sua mãe é mostrado se ve no chão dois corpos inteiros e um esqueleto. Pois esse esqueleto é a Alice, pois se ve cravado no crânio o fura-gelo que Jason usou para mata-la. Não sei quantos fãs conseguiram identificar isso, mas basta olhar a cena com calma que se vê o que estou dizendo.
Sendo assim, Jason não voltou da cidade apenas com a cabeça de sua mãe, mas com mais uns 50kilos (arrastados ou levado em seus braços).
Jason era um atleta.
hehehe
Caraca, meus parabéns brother. Me convenceu. xD
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